quinta-feira, 13 de março de 2008

Nem marca-passos escapam da mira dos hackers


Aparelhos médicos, como os marca-passos, são vulneráveis ao ataque de hackers, que poderiam ter acesso a informações privadas sobre um paciente ou reprogramá-lo e colocar sua saúde em risco, revelou um estudo americano nesta quarta-feira.

Uma equipe de pesquisadores liderado pelos cientistas Kevin Fu, da Universidade de Massachussetts, e Tadayoshi Ono, da Universidade de Washington, especialistas em informática, além do cardiologista William Maisel, da escola de Medicina de Harvard, conseguiu interceptar sinais enviados por um Desfibrilador Cardíaco Implantável (DCI) ou marca-passo.

"O aparelho continha informação sobre o nome do paciente, as características de seu tratamento, sua data de nascimento e informações adicionais de seu médico", explicou Fu à AFP.

"Além disso, pudemos modificar essas características por meio de uma máquina não autorizada que construímos. Então, por exemplo, podemos causar a desfibrilação quando não deveria ocorrer", continuou.

Os DCI modernos recebem sinais a uma pequena distância, mas a tecnologia expande o alcance dos aparelhos e ainda melhora o potencial para interceptar a informação.

O estudo destaca que, até agora, não há informações sobre ataques de hackers a marca-passos de qualquer tipo.

"A principal preocupação é que o que pode ocorrer no futuro quando esses aparelhos se tornarem mais sofisticados, quando tiverem tecnologia sem fio e forem conectados à internet, quando começarem a interagir com outros equipamentos", disse Fu.

"No futuro, pode existir um desfibrilador que 'fale' com um coquetel de medicamentos no corpo", explicou. "Queremos ter certeza de que a comunidade entenda como a segurança e a privacidade afetam a busca por eficiência à medida que novas tecnologias chegam à medicina".

Maisel, por sua vez, afirmou que o objetivo principal do estudo era "fazer com que a indústria de material terapêutico pense sobre a segurança e a privacidade dos pacientes, principalmente à medida que a tecnologia sem fio se torna mais popular".

"Felizmente, já existem algumas salvaguardas, mas os fabricantes podem fazer melhor", acrescentou o cardiologista em um comunicado.

Apesar das falhas de segurança reveladas pelo estudo, Fu fez questão de sublinhar que as vantagens de utilizar um marca-passo são muito superiores às possíveis desvantagens em matéria de segurança e privacidade.

"Quando um médico diz a um paciente que ele precisa de um desse aparelhos para levar adiante uma vida normal e saudável, é muito melhor e mais seguro ter o aparelho implantado", afirmou.

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